Alguém anotou a placa do carro que atropelou as ações da Tesla nesta terça-feira (2)? A fabricante de veículos elétricos de Elon Musk apresentou os resultados operacionais do primeiro trimestre de 2024 e, apesar de o desempenho fraco não ser uma surpresa, a empresa está sendo punida pelo mercado — lá fora e aqui. 

Em Nova York, as ações da Tesla chegaram a cair 6,5%, acumulando uma perda de 33% no ano. Na B3, os papéis TSLA34 baixam cerca de 5% e amargam uma queda de 31% em 2024. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados. 

Segundo o ranking da Forbes, com a queda das ações da Tesla, a fortuna de Musk encolheu em US$ 5,8 bilhões, para US$ 189,4 bilhões.

As entregas da empresa de Musk caíram 8,5% entre janeiro e março deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior e cerca de 20% em relação ao quarto trimestre. 

A produção de veículos da Tesla diminuiu 1,7% na comparação ano a ano e 12,5% sequencialmente. Aqui estão os números principais do primeiro trimestre:

  • Total de entregas: 386.810
  • Produção total: 433.371

De acordo com uma média de 11 estimativas compiladas pela FactSet, os analistas esperavam entregas de cerca de 457.000 para o período encerrado em 31 de março.

A Tesla não detalha as vendas por modelo, mas informou que produziu 412.376 unidades do Modelo 3/Y e entregou 369.783 e 20.995 de seus outros modelos e entregou 17.027.

No mesmo período do ano passado, a montadora elétrica registrou 422.875 entregas e produção de 440.808 veículos. No quarto trimestre de 2023, a Tesla relatou 484.507 entregas e produção de 494.989 veículos.

Vale lembrar que as entregas são o que mais se aproxima das vendas, mas não são definidas com precisão nos comunicados aos acionistas da empresa.

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Quem atropelou a Tesla?

O desempenho mais fraco da Tesla, no entanto, não pegou o mercado de surpresa. O Seu Dinheiro adiantou essa história e falou da bolha dos carros elétricos em uma matéria especial publicada no final do mês passado. 

A própria fabricante de carros elétricos parece ter anotado a placa do caminhão que passou por cima dos seus resultados operacionais. 

“O declínio nos volumes se deu, em parte, à fase inicial da produção do Modelo 3 atualizado na fábrica de Fremont e às paralisações de unidades resultantes de desvios de navios causados pelo conflito no Mar Vermelho e um ataque criminoso na mega fábrica de Berlim”, disse Tesla em um comunicado. 

Os ataques da milícia Houthi a transportadores no Mar Vermelho interromperam o fornecimento de componentes da Tesla e suspenderam temporariamente a produção na fábrica alemã em janeiro. 

Em março, ativistas ambientais incendiaram infraestruturas perto dessa mesma fábrica, privando a Tesla de energia operacional suficiente e provocando novamente uma pausa na produção.

O carro era chinês?

Se o carro que atropelou a Tesla estava carregado com o conflito no Mar Vermelho e com o incêndio da fábrica na Alemanha, a marca do veículo que ajudou a causar esse estrago certamente é da China. 

A Tesla enfrenta uma forte concorrência de fabricantes chineses de veículos elétricos, incluindo a BYD e recém-chegados, como a fabricante de telefones Xiaomi. 

Depois dos fracos números de vendas na China em janeiro e fevereiro, a Tesla reduziu a produção do Modelo 3 e do Modelo Y na fábrica de Xangai e reduziu a carga horária dos trabalhadores de seis  dias e meio para cinco dias por semana.

E nem mesmo a série de descontos e incentivos foi eficaz para impulsionar o volume de vendas da Tesla. 

Nos EUA, o modelo mais recente da empresa — uma picape angular apelidada de Cybertruck — que começou a ser vendida em dezembro do ano passado vem recebendo duras críticas. 

A última acelerada de Musk

Embora a Tesla venha patinando por uma série de fatores combinados, não dá para dizer que o empresa de Musk foi vencida pela concorrência — e o bilionário segue acelerando. 

Durante os últimos dias do primeiro trimestre, Musk determinou que todo o pessoal de vendas e serviços instalasse e demonstrasse a versão mais recente do sistema premium de assistência ao condutor para clientes na América do Norte antes de entregarem os carros. 

O sistema é comercializado como Full Self-Driving, mas não torna os carros Tesla autônomos. Eles exigem um ser humano ao volante, pronto para dirigir ou frear a qualquer momento.

Fonte: SeuDinheiro

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