Os títulos de renda fixa isentos de imposto de renda ficaram mais escassos no mercado e com taxas menores desde que o Conselho Monetário Nacional (CMN) mudou algumas regras de LCI, LCA, CRI e CRA.

No caso das LCI e LCA, a carência dos títulos subiu de três para 12 e nove meses, respectivamente, o que pesou negativamente para os investidores que priorizam liquidez e que não querem ficar com o dinheiro “preso”.

Já entre os CRI e CRA, foram limitados os tipos de empresas que podem emitir esses títulos, bem como os ativos que podem ser usados como garantia.

Entre outros motivos, essas alterações levaram muitos recursos que estavam alocados nesses títulos a migrarem para as debêntures incentivadas – títulos isentos, emitidos por empresas e que não sofrem com carência, podendo ser negociados no mercado secundário antes do vencimento.

Com a demanda mais alta, os preços das debêntures acabaram subindo, o que reduziu suas taxas. Mas isso não significa que não haja mais boas oportunidades entre os papéis incentivados.

O Itaú BBA, por exemplo, acaba de fazer nove recomendações de CRI, CRA e debêntures incentivadas acessíveis a qualquer investidor e que rendem mais que o CDI ou que os títulos públicos Tesouro IPCA+ de prazo equivalente (mesmo antes de descontar o IR, neste último caso).

Não se trata de títulos com risco tão baixo quanto as LCI e LCA, é verdade. Afinal, não têm cobertura o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e, se vendidas antes do vencimento, ficam sujeitas aos preços de mercado, que podem oscilar bastante, causando inclusive desvalorizações.

Mas são papéis que pagam a rentabilidade definida no momento da compra se levados ao vencimento e que não têm carência caso o investidor precise do dinheiro antes do fim do prazo, permitindo-lhe inclusive realizar lucros, caso se valorizem.

O ideal, para quem deseja investir diretamente nos papéis em vez de recorrer a fundos, é priorizar emissores com baixo risco de crédito, que sejam considerados bons pagadores, uma vez que o investidor está exposto ao risco de calote do emissor.

Vamos às recomendações do Itaú BBA:

Títulos isentos de imposto de renda que pagam mais que o Tesouro IPCA+

Para os investidores em geral, o Itaú BBA recomenda sete títulos isentos, sendo um CRA e seis debêntures incentivadas. Veja:

Ativo Código Vencimento Retorno anual Retorno sobre o Tesouro IPCA+ de referência* (em pontos percentuais)
CRA Atacadão (Carrefour Brasil) CRA02300W3P 15/01/2029 6,30% + IPCA 1,67 p.p.
Debênture Rumo RUMOA2 15/02/2029 6,20% + IPCA 1,58 p.p.
Debênture Águas do Rio 1 RISP12 15/01/2034 7,10% + IPCA 2,51 p.p.
Debênture Rota das Bandeiras CBAN72 15/07/2034 7,00% + IPCA 2,42 p.p.
Debênture Rota das Bandeiras CBAN12 15/07/2034 6,50% + IPCA 1,98 p.p.
Debênture Rumo RUMOB5 15/12/2035 6,20% + IPCA 1,70 p.p.
Debênture CSN Mineração CMIN22 15/07/2037 7,10% + IPCA 2,53 p.p.
(*) Excesso de retorno do título em relação ao retorno líquido de IR do Tesouro IPCA+ de prazo correspondente.
Fonte: Itaú BBA.

Títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI

O banco também recomenda dois CRIs disponíveis para o público geral que garantem uma rentabilidade superior ao CDI:

Ativo Código Vencimento Retorno
CRI Localiza 23C0247702 11/03/2030 CDI + 0,60%
CRI Raia Drogasil 23H1191899 16/09/2030 CDI + 0,80%
Fonte: Itaú BBA.

O banco nota que o retorno de CDI + 0,60% equivale ao retorno de CDI + 2,60% num título não isento de IR, enquanto o retorno de CDI + 0,80% equivale ao retorno de CDI + 2,70% num título não isento.

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Critérios de seleção do Itaú BBA para debêntures, CRI e CRA

O banco explica que sua carteira de top picks de títulos isentos de imposto de renda é composta de papéis que, na visão casa, estão em um momento interessante para compra com vistas ao longo prazo.

O Itaú BBA parte da base dos papéis oferecidos ao mercado pelas principais corretoras e busca selecionar opções de títulos com diferentes prazos, cujos emissores apresentem forte perfil de crédito e uma boa relação de risco-retorno, explica a gestora do banco.

Para a análise de risco dos emissores são considerados seu rating (nota de crédito) médio, a situação atual da empresa/projeto e a evolução esperada das suas métricas de crédito de curto e médio prazo.

“Destacamos que, para o mês de abril, os títulos selecionados possuem ratings médios entre AA+ e AAA, o que indica o perfil “high grade” dos emissores, conferindo um perfil conservador à seleção de Top Picks”, diz o Itaú BBA.

Também são adotados critérios adicionais, como reporte trimestral de resultados pela devedora ou garantidora dos papéis; garantia de uma holding de baixo risco de crédito para todo o prazo do papel ou emissores que possuam histórico relevante de operação ou alavancagem controlada, no caso de debêntures emitidas por projetos; e saldo dos papéis em circulação acima de R$ 150 milhões.

Fonte: SeuDinheiro

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