Caros(as) leitores(as),
Um dos temas mais pesquisados por brasileiros no Google sobre investimentos é o termo CDB, a sigla para “Certificado de Depósito Bancário”. Provavelmente muitos de vocês já sabem o que é. Mas, para aqueles que não são familiarizados com esse título:
O papel é emitido por um banco e estabelece uma relação em que você, investidor e detentor desse CDB, é credor da instituição financeira em questão. Em troca, você receberá uma taxa de juros acordada, que pode ser pós-fixada e acompanhar a oscilação do CDI, taxa de referência que acompanha a Selic, pós-fixação da inflação acrescida de uma taxa prefixada ou apenas prefixada.
Eu compreendo os motivos que geram esse interesse…
O Brasil é um país emergente que, historicamente, apresentou uma taxa basal da economia elevada, por diversas razões. Dentre elas, uma inflação sempre presente e, em alguns momentos, bem elevada. Dito isso, ativos mais “simples”, como o CDB, que replicam essa taxa, apresentaram retornos razoáveis ao ano.
Além disso, ativos de emissão bancária como o CDB, com algumas exceções, são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Essa cobertura possui limitações. Mas, para não estender o assunto, ele foi criado para fomentar fundos para bancos de pequeno e médio porte.
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Nesse momento, a taxa de juros brasileira segue elevada. Os papéis prefixados mais longos estão com taxas atrativas. O mesmo ocorre com os indexados ao IPCA. Tudo isso com essa cobertura do FGC? Parece ser uma decisão fácil, não é?
Por que investir em Bolsa de Valores? Fundos imobiliários? Ações de empresas estrangeiras? Títulos de crédito? Fundos multimercado?
A “prova mais fácil” parece ser concentrar o patrimônio nesses ativos mais conservadores que, por motivos conjunturais, estão com remunerações atrativas. Pois bem, eu não discordo totalmente:
Esses papéis de renda fixa definitivamente são atrativos. Trazem mais estabilidade para a carteira, aumentam a previsibilidade de retorno e costumam ser a parcela menos volátil do portfólio.
Mas será que simplesmente investir todos os seus recursos nesses ativos “resolve o jogo”?
Claro que, dependendo do seu perfil de investimento, a resposta para essa pergunta muda. Porém, de forma geral, não.
O conceito de uma carteira diversificada “ótima” persegue um equilíbrio entre retorno em detrimento do risco exposto. Buscar eficiência significa maximizar retornos, sem que o risco aumente de forma substancial.
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Dito isso, correlação baixa entre seus investimentos é fundamental. Você deveria procurar boas oportunidades, mas que seus movimentos se comportem de forma diferente e independente entre si.
Numa carteira equilibrada, você deveria encontrar:
Renda fixa pós-fixada, inflação e prefixada, além de títulos estrangeiros (bonds). Fundos multimercado (das diversas classes), ações no Brasil, ações no exterior (em dólares e reais), ativos alternativos.
O que muda fundamentalmente é o percentual que é destinado para cada classe, justamente na ideia de cumprir objetivos de retorno e volatilidade, no médio e longo prazo. Ou seja, trate sua carteira como um prato de comida: você provavelmente não vai adicionar apenas proteína ou carboidrato – numa dieta equilibrada, você completa sua refeição com várias categorias de alimentos, assim como deveríamos fazer com nossos recursos financeiros.
Talvez o CDB “véio” esteja na sua carteira, com parcela do seu patrimônio. A depender do risco de crédito do banco emissor, isso é ótimo. Isso não significa que você não deva diversificar sua carteira, especialmente se você deseja um retorno mais elevado ao ano no longo prazo.
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Muitos no mercado dizem que o CDI nunca fez milionários e bilionários. Outras categorias, como ações de empresas, são melhores para compor patrimônio na linha do tempo. Não discordo, embora tenha um respeito imenso ao CDI, que desafia toda a indústria financeira brasileira.
Mas alocar todos seus recursos em ativos simples de renda fixa, definitivamente, não é a melhor estratégia de investimento.
Pense nisso.
Fonte: InfoMoney