A decisão dos Estados Unidos, que se absteve de votar no Conselho de Segurança da ONU nesta segunda-feira (25), permitindo que uma resolução e cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza fosse aprovada pelo colegiado interrompeu as negociações que Israel vinha mantendo com o governo de Joe Biden sobre uma possível ofensiva terrestre sobre Rafah.

Em um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Israel disse que a decisão do EUA prejudica o esforço de guerra contra o Hamas e as tentativas de libertar reféns ainda em poder dos extremistas.

O comunicado classificou a decisão como “um claro recuo da posição consistente dos EUA no Conselho de Segurança desde o início da guerra” e que “dá ao Hamas a esperança de que a pressão internacional lhes permitirá obter um cessar-fogo sem libertar nossos reféns”.

Continua depois da publicidade

Assim que a decisão na ONU foi anunciada, Netanyahu cancelou uma viagem de altos funcionário de seu governo planejada para Washington, na qual deveriam ser discutida alternativas à ofensiva na cidade de Rafah, considerada por Israel fundamental para desmantelar o restante da liderança do Hamas.

Em resposta, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, disse hoje em entrevista que estava “muito desapontado por eles não virem a Washington, para nos permitir ter uma conversa plena sobre alternativas viáveis para entrar no terreno em Rafah”.

Kirby insistiu que a votação “não representa uma mudança em nossa política” e disse que os Estados Unidos se abstiveram porque o texto não condena o Hamas. “Temos sido consistentes em nosso apoio a um cessar-fogo como parte de um acordo de reféns”, disse.

Netanyahu já havia alertado pouco antes da votação que cancelaria a visita do conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, e do ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, a Washington se o veto dos EUA não fosse usado na votação da resolução de cessar-fogo.

Sem o veto dos EUA e com a aprovação dos outros 14 conselheiros a exigência foi aprovada pela primeira vez desde o início da guerra, em outubro. O jornal The Times of Israel lembra que Washington vinha sendo sido avessa à palavra cessar-fogo e usou seu poder de veto para bloquear resoluções anteriores nesse sentido.

A resolução “exige um cessar-fogo imediato para o mês do Ramadã respeitado por todas as partes, levando a um cessar-fogo sustentável duradouro. também exige a “libertação imediata e incondicional de todos os reféns”.

Cento e trinta reféns ainda são mantidos por grupos terroristas em Gaza desde o massacre de 7 de outubro pelo Hamas, quando milhares de terroristas invadiram Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando outras 253, a maioria civis.

(Com Reuters)

Fonte: InfoMoney

Share.