O pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo (SP), Guilherme Boulos, saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acusado de ter feito campanha antecipada ao pedir votos para o deputado federal durante um evento com centrais sindicais no Primeiro de Maio, na capital paulista.

No ato com os sindicalistas, Lula recomendou voto em Boulos, que conta com o apoio do PT nas eleições de outubro deste ano. O partido indicou a ex-prefeita Marta Suplicy para compor a chapa do deputado, como vice.

O pedido de voto pró-Boulos pode configurar, em tese, propaganda eleitoral antecipada − conduta vedada pela legislação e que pode implicar cobrança de multa pela Justiça Eleitoral. A Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) considera “propaganda eleitoral antecipada” o pedido explícito de voto antes do início do prazo autorizado pela Justiça Eleitoral para o período de campanha. Pela regra, as campanhas começam oficialmente em 16 de agosto, logo após o prazo de registro de candidaturas.

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“Eu fico estarrecido com a cara-de-pau do prefeito Ricardo Nunes. Ele está usando a máquina pública há um ano para fazer campanha eleitoral”, acusou Boulos, após participar de um encontro com estudantes da Fundação Getulio Vargas (FGV), na quinta-feira (2).

“O presidente Lula fez uma fala no evento das centrais sindicais. Não era um evento oficial do governo federal. Ele estava expressando o desejo de voto dele, o posicionamento político dele nas eleições, que não é segredo para nenhum de vocês”, tentou explicar o pré-candidato do PSOL.

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“Ele [Nunes] vai inaugurar um posto de saúde e fala mal de mim. Vai inaugurar uma rua asfaltada e fala mal de mim. Ele me ataca em eventos públicos com a estrutura da cidade de São Paulo. Ele não tem autoridade moral para acusar ninguém“, disse Boulos.

O deputado federal afirmou, ainda, que o prefeito de São Paulo tenta fazer “uma tempestade em copo d’água” e mostra “certo desespero”. “Apesar do uso da máquina de maneira violenta, [Nunes] tem dificuldade para convencer a população de que faz um bom governo“, completou Boulos.

Na quinta-feira, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), concedeu uma liminar contra Lula na ação que trata de suposta propaganda eleitoral antecipada.

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A decisão, tomada pelo juiz eleitoral Paulo Eduardo de Almeida Sorci, ocorreu em resposta à representação protocolada pelo Partido Novo, que também questionou o pedido de voto do presidente para Guilherme Boulos. A Justiça determinou que Lula deveria remover o vídeo de seu canal oficial no YouTube, o que foi acatado.

Fonte: InfoMoney

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